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Possíveis mudanças na Previdência Social

Possíveis mudanças na Previdência Social preocupam centrais sindicais

Terminada a batalha do reajuste do salário mínimo, na qual a postura inflexível do governo federal estremeceu as relações com as centrais sindicais, a preocupação do movimento sindical se volta agora para as mudanças na Previdência que Dilma Rousseff pretende implementar sem consultar os trabalhadores.

Além disso, as centrais sindicais querem debater e participar da criação de uma lei para fixar os reajustes das aposentadorias com valores maiores do que um salário mínimo.

A proposta de reforma do sistema previdenciário já está em discussão nos ministérios da Fazenda e da Previdência e deve ser apresentada à presidenta em março.

Segundo a Folha de S.Paulo, a idéia é substituir, no futuro, o atual fator previdenciário, muito combatido pelos representantes dos trabalhadores.

A preferência é pela aposentadoria aos 65 anos de idade para homens e 60 para mulheres, no caso dos segurados do INSS, que atende aos trabalhadores do setor privado. A mudança valeria apenas para quem ainda não entrou no mercado de trabalho.

Fator

O fim do fator é uma reivindicação das centrais sindicais. Sob a alegação de que precisa conter o déficit previdenciário, o governo usa este instrumento para fazer o empregado trabalhar mais tempo.
A despesa com o INSS, no ano passado, chegou perto de 7% do PIB e a 36% dos gastos da União, excluindo da conta os encargos da dívida pública. O movimento sindical está decepcionado com o início do governo Dilma.
Presidente ignora as centrais

“Apoiamos a candidatura dela, mas a presidenta nos ignorou no processo de fixação do valor do salário mínimo”, lamenta o secretário geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. “Mas não vamos romper com o governo, pois a melhor política é trazer a Dilma para o nosso lado”, aponta o sindicalista.

“Vamos comprar a briga por investimento, por crescimento, por desenvolvimento, e, para fazer isso, tem de aumentar salário”, observa o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres.
Banqueiros e rentistas

Para o Idelmar da Mota Lima, presidente da Força Sindical-MS, o atual governo pretende instituir uma política que já não deu certo com o Fernando Henrique. “Não deu certo em outras épocas e não vai dar certo de novo”, acredita.

Na visão de Maria de Fátima Coelho, presidente da central-AP, o cenário político neste início de governo mostra que os banqueiros e rentistas têm grande influência nas decisões econômicas do governo federal. “Os trabalhadores não são ouvidos”, critica ela.
Lula

Ao comparar o governo Dilma com a gestão passada, o presidente da Força Sindical-RS, Cláudio Guimarães Silva, o Janta, explicou que o então presidente Lula aplicou uma política de investir no aumento da renda do trabalho.

Com isso, a economia cresceu porque o trabalhador com mais dinheiro comprou mais. “Aumentou a produção industrial e mais gente foi contratada”, frisa.

Fonte: DIAP